Corri para ti como um louco, corri, voei, eu sei lá, sei que cheguei e vi os teus braços, a tua boca, o teu corpo, abrirem-se para mim.
Estava uma noite fabulosa, daquelas fábulas onde o amor impera, até o negrume tinha aura, não sei porquê, e eu corri, corri para ti, para a tua cama, para o teu olhar, para a tua boca.
Não sei o que faria sem os teus beijos, sem as tuas mãos no meu corpo, essas mãos que me arrepiam, quando apalpas, quando tocas, quando apertas, esse teu jeito gostoso de apertar, tu sabes! eu sou um louco nas tuas mãos, danço, contorço-me, uivo, grito, torço-me, tu sabes!.
Era de noite mas fez-se dia, quando meu corpo e o teu se unem não há noite, só luz, só loucura, só tesão, bom, cheiroso, intenso, doidão, como nós. Quero morrer assim, feliz, quero viver, quero ser, quero, quero.
Vou apagar a luz, o sono vai forte, vou adormecer a pensar que estás aqui, deitada no meu peito, abraçada a mim, ainda ofegante, vou sonhar que sim, e, de rompante, vou despertar aí, aqui, onde seja mas, contigo.
Nem sei se existes, se és real ou se és apenas uma imagem no reflexo desta luz que ora apago, mas vou supor que sim, que és só para mim, que me queres como sou, e eu a ti, sem mentiras, sem floreados.
Amanhã, quando acordar, vou olhar para o sonho que sonhei e vou sorrir, só eu sei, vou correr para ti.