Palavras, ditas vivas, sentimentos, vivos tambem, um pouco de mim, aqui, para ti que lês, que vês, assim....
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Segunda-feira, 30 de Maio de 2005
Toques
Toques, que animam, aquecem, esquecem e fazem esquecer, voar, pensar, viver, toques que são da gente, dessa mole incontável e cega, vergada ao simples toque, o tal que faz sentir que se está, se é, toque em mim, em si, sem dó, sem paz, com atrevimento, audaz, toque.
Beijos, daqueles, dos outros, dos que gostamos, dos que amamos, dos que desejamos, beijos de gosto, de desgosto, de carne, de sangue, de raiva, de prazer, de sentir, de doer, beijos, esses meus, teus, esses, beijos.
Gosto de tocar, de beijar, de sentir, de gostar, de viver, de dizer, de estar e não estar, gosto de ser assim, sem gostar vou vivendo, sem viver vou gostando, assim um estar sem ser, um ser não estando.
Toquei, beijei e gostei.
Sábado, 7 de Maio de 2005
Filosofices
Pensei que já não sabia escrever, que a outros teria que ouvir dizer, pensei, pensei que iria ser proscrito, qual poeta maldito, que profana a alma e a mente, que encosta a caneta na alma da Gente, pensei que houvera um ocaso, que não poderia ser mais hebreu, que afinal já não era eu.
Pensei que já não havia amanhãs, que não me ríria com gosto, que não mais olharia no rosto, nos olhos, a vida, essa coisa desmedida, sem fim anunciado, essa maravilha que é gostar de ser, ser alguém, com prazer, ser bonito, ser gostoso, ser poeta, ser actor, ser palhaço, ser doutor, ser de tudo, de tudo um pouco, como eu gosto de ser louco.
Pensei, logo existi
Sexta-feira, 6 de Maio de 2005
Hoje é sábado
Hoje é sábado, vou dormir, saltar, curtir, descansar, sei lá, vou fazer de tudo um pouco, viver a vida como um louco, que loucura também é viver, é até um jeito de ser, sabem, hoje é sábado e apetece-me viver.
Hoje é sábado, vou comer uns camarões, beber um branco seco fresquinho, falar com os meus botões, vestir camisa e fato, até vou calçar sapato, vou saír para dançar, já que não sou bom a cantar, vou brincar de bem-disposto, dar e receber beijos no rosto, hoje vou ser só eu, eu mesmo, pois então, hoje é sábado, aí vou eu.
Hoje é sábado, aqui e aí, em Lisboa, no Mali, e lá como aqui, a gente brinca de despreocupado, brinca até caír para o lado, é bom brincar assim, hoje é sábado, vai ser o fim.
Que me desculpem, estou do pior, estou tipo bate-na-testa, acabei de descobrir que hoje não é sábado, é sexta.
Quinta-feira, 5 de Maio de 2005
Pernas
Folheava um jornal desportivo quando notei, com surpresa, que uma formiga ladina se passeava pelas notícias relativas ao Benfica. Nem a UEFA, nem o Chelsea de Mourinho a atraíam, apenas o Benfica. Experimentei desviar-lhe o trajecto, para uma equipa de Braga, mas nada, a dita apenas se passeava pelas fotos e textos do Benfica.
Menos surpreso e mais atento, verifiquei que as pernas do Mantorras faziam a sua predilecção, passeava-se deliciada, digo eu, por tal zona, sem apelo nem agravo, ignorando as pernas de tantos outros, de outros clubes.
Atentos, eu e uns tantos, que entretanto se aproximaram curiosos, víamos como se deleitava com um passeio de curto raio, mas de longo proveito, seria a dita adepta de um clube, de um jogador, admiradora de pernas?
De repente gerou-se uma acesa e acalorada discussão sobre os méritos do jogador, do clube, enfim, aquelas acaloradas e importantes discussões que contribuem para o desenvolvimento deste nosso Portugal.
De repente, alguém de olhar mais arguto, de águia, dir-se-á, vislumbrou um grão de açucar, algures na zona do adutor direito, na foto do Mantorras, e mais outro, ainda outro e foi o descalabro. Que não, que a formiga afinal era do Sporting, que não era apreciadora de pernas, que o gajo até joga bem em 15 minutos e por aí fora....
Cada um seguiu o seu rotineiro trajecto matinal e a pobre formiga lá continuou, a bem da sua comunidade, a colher o açucar, indiferente às pernas de quem quer que fosse.
Palavras para quê, são formigas, não pensam.