Palavras, ditas vivas, sentimentos, vivos tambem, um pouco de mim, aqui, para ti que lês, que vês, assim....
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Sábado, 24 de Abril de 2004
Novinho... em folha....
Olha para isto ! lindo serviço ! estas rugas não estavam aqui, estes cabelos não eram assim, o olhar tinha outra chama, não tinha males de cama, eheheheh, mas que jeito de envelhecer é este? estarei a passar por um teste ou isto é mesmo assim?
Troquei de espelho e nada, tou igualzinho ao que antes vi, eu bem que achava que era do espelho, estou melhor que nunca, meus olhos vêem bem, estou profano, sou um pecado para o olhar, eheheheh, afinal está tudo aqui, não envelheci, era defeito do olhar.
Não fora tão indigna de mim tal postura e manteria a pose, qual galhardo que se orgulha de ser quem já foi mas não é mais. Pois bem, não estou igual, estou melhor, mais cheio de vida, mas cheio de amar, mais cheio de rir, até de chorar, sou mais EU que se faz de tudo o que já se viveu.
Pronto, admito, estou cada vez mais bonito, mas enfim que quereis, sou assim, que vou fazer, a vida tem sido amiga, não me deu muito barriga e o Homem é de boa forma, meus Pais refinaram-se no fabrico e cá estou, melhor que nunca, eheheheheh e sempre bem disposto, com um sorriso no rosto, ainda que não seja no meu.
Um sorriso para vocês, um dos meus.
SORRIR

Dei comigo a pensar no quanto ando arredio da vida, do sorriso, daquele sorriso grande e cheio que costumava iluminar-me o rosto. Procurei nas gavetas, nas do passado e achei-o, revi-o com prazer, mas sem saber como perdi-o nos corredores do tempo, nos meandros desta vida estranha.
Pensar que o usei como objecto de sedução, como factor de persuasão, que, tantas e tantas vezes, me serviu de desempate perante os empates que a vida nos apresenta e, hoje, tive que buscar na memória para o rever, para tornar a ouvir a sonora gargalhada que sempre me caracterizou.
Terei saído derrotado da vida, terei sido perdedor nas lutas em que me envolvi, terei deixado roubar esse bem tão precioso? Bem, não sei, mas sei que vou recuperar esse sorriso, que vou voltar a sorrir, ainda que, para sorrir, seja preciso chorar.
Daqui honro, com estas pobres letras, todos aqueles que comigo sorriram, todos os que me fizeram sorrir, aqueles que me amaram e a quem amei, aqueles que lutaram honestamente, honro-os também, honro a vida, a cada passo, mesmo os errados, com os quais aprendi.
Fica daqui o grito, em forma de gargalhada, ainda que pintada de lágrimas, cores diáfanas do negrume da alma, fica a sonora risada que eu não me fico assim sem lutar, não sou de desistir e, quando a Morte um dia me levar, vai levar-me a sorrir.