De tanto pensar para escrever, De tanto escrever para não pensar, Acabei por pensar sem escrever. Acabei por escrever sem pensar. É feito de livre arbítrio o livre pensamento do livre pensador. Tanta liberdade pressuporia a dita na vivência, mas, se sou livre ao escrever, o mesmo não posso dizer de meu viver.
Arreigado à vida e a seus padrões, deixei-me aculturar, fui na corrente das dores sentidas, que não as vividas e, agora vejo-o com clareza, perdi a liberdade de ser feliz. Se para ser feliz é preciso morrer, se para tanto alcançar tanto tenho que sofrer, pefiro não morrer e viver, viver sempre na mira de ser sei lá o quê, se não feliz que seja algo assim, sem fim, mas não seja morrer, não, isso não é para mim, quero mesmo é viver.
São estas incontidas e irreflectidas palavras o meu alimento de hoje, ontem comi menos mal, li apenas o jornal, mas hoje, já com tanta palavra à solta, escrita sem pensar, acho que vou ficar saciado, por agora, pelo menos, mas logo verei que tal fica o silencio da alma, já que o ruído está todo aqui.
Deixar entrar este Sol em mim, que não em trânsito, deixar que seja profanada a melancolia com o calor da vida, deixar tudo, sem fim, pois da vida e da alegria, não se escreve, não se fala, vive-se e sente-se, assim. Vou agora mesmo olhar, aprender um pouco mais, viver, e ficar a saber que vivi um pouco menos mas vivi, olhei, um pouco mais, e aprendi.