Nem sei por onde começar, quando fim e o início se afiguram tão confusos, tão ambíguos, tão estranhos, fico sem saber se começar.
Hoje chamaram-me de POBRE, financeiramente falando, fustigaram-me a alma com tal arquétipo, como se fosse certo, justo, até possível de saber o que sou ou não sou pela dimensão da minha riqueza.
Hoje chamaram-me de DIFERENTE, porque sou menos que outros, menos que alguns, menos. Hoje chamaram-me de TUDO, mas só ouvi um pouco e, o pouco que ouvi, chegou-me.
Hoje sou quem sou, pobre, diferente, igualmente nobre, vertente de uma vida de luta, de trabalho, de dignidade, de verticalidade.
Hoje sou, pobre, financeiramente, mas RICO, consigo sorrir para aqueles que me tentaram magoar e descobrir quão RICO sou ao saber perdoar.
Hoje fiquei mais triste, mais capaz de rir e de chorar, descobri que existe, para além da arrogância, um outro patamar.
Amanhã, quando, o RICO e o POBRE, eu tiver que explicar, a um filho, a um amigo, vai ser mais fácil para mim conseguir, por isso a quem hoje me tentou magoar só posso agradecer por me ter ajudado a compreender a dimensão da palavra PERDOAR.
Amanhã, como hoje, tenho amor para dar, um sorriso, uma palavra amiga, sou RICO, e, aos que me educaram, terei que agradecer terem-me ensinado o caminho a trilhar, ao invés de dinheiro, fizeram de mim HOMEM, ensinaram-me a amar.
Pobre de quem se acha RICO por ter o que a mim me falta.