Palavras, ditas vivas, sentimentos, vivos tambem, um pouco de mim, aqui, para ti que lês, que vês, assim....
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Sábado, 21 de Fevereiro de 2004
Namoro
Sentado, num qualquer restaurante, assisto a um namoro incomum, a faca, a manteiga e o pão. Pego na faca, que se deleita de ternura, tiro alguma manteiga, aquela tão agradável gordura, e espalho-a no pão.
É ver que sensação, coisa de namoro, o pão sente quando, no seu íntimo, espalho a razão desse amor. A manteiga dá-lhe cor, sabor, já o pão, quente, acabado de cozer, dá-lhe a base, o seu calor, estão juntos, é o que conta.
Mas, de repente, sorrateira, passa aquela soleira a novidade, coisas da grande cidade, a margarina, brejeira, empacotada em Kg, altaneira, com promessas de felicidade. Que não, que não é de verdade, que não tem a mesma cor, grita a manteiga em desespero, mas o pão, curioso, aproxima-se, pois então, desse novo produto gorduroso.
Levo à boca tal par, o pão, cálido e estaladiço acaricia-me o paladar, mas a moderna e sobranceira, não me aguça o palato, coisa pastosa, de mau trato, não vai ser fácil de tragar.
A um canto, quase rançosa, a manteiga, desditosa, não parava de chorar, mas a faca, de novo amiga, entrou-lhe pela barriga e voltaram a namorar. Estranho trio, feito e desfeito, a faca, a manteiga e o pão, ora gentis, já desavindos, agora de novo em sintonia, que me encantam o paladar.
Não fora a fome que me apoquentava e este namoro não veria, é pois mister da vida aprendermos, no infortúnio, algo de bom. E, ó gentil manteiga, cálido pão, deixai essa margarina gordurosa para o calor do meu fogão.
De Anónimo a 23 de Fevereiro de 2004 às 10:41
Eu, substituiria essa manteiga, largaria a margarina, pela entrega ao paladar, ao espirito, à brandura e suavidade de um qualquer, ainda que, abetumado MEL....
Larga a faca.....
FORÇA!!!!!.... Levanta-te dessa cadeira!cl
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(mailto:donak_33@hotmail.com)
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